06 novembro 2008

Estérica estética!

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Manupulando Deus!



Uma atitude comum em nossos dias por parte de vários líderes religiosos é a tentativa de manipulação da vontade de Deus. Assistindo a um programa de propaganda política esta semana, me deparei com um candidato, reconhecidamente religioso, assim se expressando: “Eu disse que para chegar ao segundo turno, só um milagre de Deus e agora, para vencermos o segundo turno, repito que só um milagre de Deus”. Diante de uma vitória é fácil afirmar que houve um milagre ou que tenha sido alvo e merecedor de um milagre. E diante da derrota? Deus é derrotado? Deus foi incapaz de realizar um segundo milagre?Você percebe o quanto o ser humano é manipulador na tentativa de auferir vantagens pessoais? E não é só em campanhas políticas! Podemos perceber essa mesma atitude, quando a pessoa participa em momentos de oração de costas para o altar e de frente para seus interesses particulares. Percebemos essa atitude, quando a pessoa entrega seu dízimo crendo que está fazendo um investimento de barganha com a soberania de Deus. Percebemos a tentativa de manipular a vontade de Deus, quando a pessoa realiza atividades nos ministérios da igreja, crendo que está fazendo o maior “sacrifício” e não tendo Deus outra opção a não ser abençoá-la.Meus queridos irmãos e irmãs, ao nosso redor existem dezenas de exemplos desastrosos de pessoas que tentam manipular a vontade de Deus. A Palavra de Deus diz: “Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Is 55.9). Todos que tentam manipular a vontade de Deus estão tentando o impossível! O intangível! O inalcançável! E com isso acabam na frustração, na decepção e na derrota de seus projetos. Temer a Deus e seu poder são atitudes de santidade e consagração, pois “Deus resiste aos soberbos, contudo aos humildes concede a sua graça”. (I Pe 5.5).


por Rev.Gilmar C. Rampinelli

03 setembro 2008

19 agosto 2008

Batalha Espiritual



"Embarcamos nisso porque não temos definição teológica clara, diz Bispo Paulo Ayres..."


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No dia 12 de junho, pouco depois da vitória do Sport Club do Recife sobre o Corinthians pela Copa do Brasil, a cantora gospel Ana Paula Valadão trazia em seu blog (espécie de diário publicado na Internet) os comentários a respeito de um Seminário de Intercessão ocorrido no Recife dias antes. Dizia a cantora:


Nos últimos dias temos visto Deus agir de maneira tremenda em Recife, e por toda a parte, nos preparando para o que Ele irá fazer nos dias 4 e 5 de julho sobre aquela terra e sobre toda a nossa nação. No fim de semana aconteceu ali o Seminário de Intercessão, e nas palavras dos guerreiros que participaram, foi um dos mais marcantes dos 36 que já passaram por esse Brasil a fora. Ao preço de dores de parto, um enorme peso espiritual foi quebrado, houve muitas libertações de vidas e da atmosfera da cidade, e o Senhor tem revelado profeticamente a Sua glória para aquele lugar. Enquanto o seminário acontecia, no Chevrolet Hall a cidade celebrava uma das maiores festas de S. João do Nordeste. Mas cremos que estaremos ali tomando posse do terreno do inimigo. Acreditamos que esta nação será conhecida pelas festas ao Rei Jesus! Na madrugada de domingo para segunda, depois do seminário, os noticiários publicaram a morte do fundador do “Galo da Madrugada”, o maior festival da cidade, que já chegou a reunir 3 milhões de pessoas pelas ruas do Recife. Ficamos boquiabertos. Ele faleceu de uma cirurgia no joelho. Outro evento importante foi ver essa semana, o Sport Club do Recife se tornar o campeão do Campeonato do Brasil! Os jogadores, muitos crentes, glorificavam a Deus e até declararam na mídia que esta vitória foi o cumprimento das promessas do Senhor. Creio que também não é coincidência ver na bandeira do Recife, um leão segurando uma cruz. Deus tem Seus planos e estratégias e não é em vão que estaremos indo ali exatamente nesta hora.

As afirmações da cantora baseiam-se em uma doutrina bastante difundida no meio evangélico, conhecida como “batalha espiritual”. Para os adeptos desta doutrina existe um permanente conflito entre a Igreja de Cristo e Satanás, que se manifesta permanentemente no cotidiano dos crentes. Neste campo de batalha espiritual, as dificuldades financeiras, desemprego, as doenças físicas e, sobretudo, os desequilíbrios emocionais são atribuídos à ação de demônios.

Parece até que o diabo tem mais controle sobre os acontecimentos do que o próprio Deus. Por isso, a expulsão de demônios ou libertação da opressão demoníaca passou a ser a ênfase e prática de várias igrejas evangélicas. Acredita-se que as correntes de oração possam “amarrar” entidades espirituais, criar muralhas de proteção contra elas ou garantir a posse de territórios inimigos.

Acreditar que um time de futebol tenha ganho uma partida por intervenção divina parece brincadeira de mau gosto. Como hoje muitos times de futebol possuem jogadores evangélicos, se Deus fosse atender os pedidos de vitória, a maioria das partidas terminaria em empate. Na ocasião, um colunista do jornal Folha de S.Paulo lançou uma jocosa provocação à torcida corintiana, apelidada de “Fiel”: “Deus é Fiel, mas foi tirar uns dias de folga no nordeste”. Mas, muito mais assustador é pensar que essa doutrina seja levada ao extremo de fazer um cristão interpretar a morte de uma pessoa (por mais pecadora que a julgue) como resultado de intercessão.

A “beligerância” dessa fé suplanta o mandamento máximo do amor? “Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva”. Ezequiel 33.11. Quem nos lembra deste versículo é o bispo Paulo Ayres, professor na Faculdade de Teologia na Universidade Metodista de São Paulo. Jesus deu sua vida justamente para buscar e salvar o perdido (Lucas 19.10)
O bispo Paulo Ayres explica que o fundador do metodismo, John Wesley, nunca contestou a possibilidade do ser humano ser objeto de ciladas demoníacas e cair em tentação. Uma das bases bíblicas é a carta aos Efésios: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celeste”s, Efésios 6.11-12. “Mas Wesley nunca concedeu paridade ontológica entre Deus e o diabo”, ou seja, Deus e o diabo não compartilham da mesma essência, não têm o mesmo poder, pois Deus é Soberano. “Na batalha espiritual, parece que Deus e o diabo têm, praticamente, o mesmo poder”, critica Ayres. O bispo destaca que, no texto de Jó, fica bem claro que o diabo está debaixo da soberania e autoridade de Deus. No capítulo 1, versículo 6, os filhos de Deus “apresentam-se perante o Senhor” e Satanás estava entre eles.

Transferir a responsabilidade dos maus atos humanos à ação do demônio, como se o ser humano não tivesse liberdade de escolha, é outra leitura dessa doutrina que contraria os ensinos wesleyanos, ensina Ayres. “A transferência de responsabilidade humana a uma entidade demoníaca nega a responsabilidade humana. Se eu não sou responsável, sou um boneco, um joguete nas mãos de Deus ou do diabo. O ensino wesleyano vai em outra direção”. Ele explica que, para John Wesley, o ser humano não teria condições de, por si mesmo, se libertar do pecado. “Mas a graça preveniente nos capacita a responder a Deus afrimativa ou negativamente”, diz o bispo. Essa graça preveniente (ou preventiva) é a misericórdia divina que, agindo em favor do ser humano, permite que ele seja salvo. Essa graça não apenas está disponível, mas está presente em todas as pessoas, atuando ao lado da consciência humana. E, ainda assim, o soberano Deus não nos força a aceitá-la. O ser humano tem liberdade até de resistir à graça de Deus; ele é responsável por sua própria salvação.

Contudo, os adeptos da doutrina da batalha espiritual tendem a atribuir ao demônio suas quedas, culpas e neuroses, esquecendo-se de que Jesus dizia que é “de dentro do coração do homem que procedem os maus desígnios” (Mateus 15.19).

Paulo Romeiro, no livro “Evangélicos em Crise” (Editora Mundo Cristão), conta que uma preletora de batalha espiritual relata num de seus livros o caso de uma senhora que, após ter tido um envolvimento profundo com uma religião afro-brasileira, converteu-se e casou-se com um pastor. Então, de repente, o marido começou a se prostituir. Segundo a avaliação da autora do livro, ele teria caído em adultério por influência das entidades com as quais a esposa esteve envolvida, pois ainda faltava à mulher recém-convertida “quebrar os vínculos com os demônios”. Tal pensamento opõe-se ao próprio conceito de conversão, destaca Romeiro, pastor de uma igreja pentecostal . Ele lembra que a conversão implica em sair das trevas para a luz. A Palavra de Deus é suficiente para libertar, como afirmou o Senhor Jesus: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (...) Se, pois o Filho do homem vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.

O pastor metodista Daniel Rocha, no artigo “Xô, tentação”, publicado no site da Igreja Metodista, afirma que o diabo não tem o poder de colocar nenhuma tentação dentro de nós. Ele apenas desperta o que já existe: “cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz” (Tg 1.14). “Que cada crente no Senhor saiba que pelo Espírito Santo em sua vida, ele pode dizer “não” à mais vigorosa tentação. Que cada um reconheça que por sua própria força, por sua “moral”, nada pode fazer, mas pela graça pode decidir pelo que o Senhor se agrada”, diz ele. “Ser tentado faz parte de nossa condição humana, mas podemos passar relativamente tranqüilos por essa prova quando ouvimos o que diz o Senhor: “em vos converterdes e em sossegardes está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança, a vossa força” (Is 30.15).


Por Suzel Tunes

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08 agosto 2008

A VERDADEIRA HISTORIA DO TRÁFICO NO RIO



EU AJUDEI A DESTRUIR O RIO!


Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília, critica o 'cinismo' dos jornalistas, artistas e intelectuais ao defenderem o fim do poder paralelo dos chefes do tráfico de drogas. Guedes desafia a todos que 'tanto se drogaram nas últimas décadas que venham a público assumir: eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro'. Leia o artigo na íntegra:
'Eles ajudaram a destruir o Rio'.
É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a violência enfrentada pelo Rio de Janeiro. Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico de drogas. Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente. Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e Leblon. Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob o silêncio comprometedor de suas chefias e diretorias. Quanto mais glamuroso o ambiente, quanto mais supostamente intelectualizado o grupo, mais você podia encontrar gente cheirando carreiras e carreiras do pó branco. Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato contribuíram enormemente para que o consumo das drogas, em especial da cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca - e brasileira, por extensão. Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato. Festa sem cocaína era festa careta. As pessoas curtiam a comodidade proporcionada pelos fornecedores: entregavam a droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto. Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado terminou. Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim, com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das drogas. Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastacuera, que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam cabeças de quem ousa-lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas, certos da impunidade. Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é, digamos assim, tolerado. São doentes os que consomem. Não sabem o que fazem. Não têm controle sobre seus atos. Destroem famílias, arrasam lares, destroçam futuros.

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Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três últimas décadas venham a público assumir: 'Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro.' Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes.'



Fonte: Jornal de Brasília.

14 julho 2008

Teologia da Prosperidade: de fiel à credor!



Já algum tempo tenho escutado falar sobre essa tal Teologia e não entendo. O que percebo é uma supervalorização dos bens de consumos como mostra da fidelidade de Deus, e que as igrejas têm funcionado mais como um banco de investimento em ações de baixo risco (chamadas de benção na igreja) e de retorno em curto prazo, onde o gazofilácio é como um caixa eletrônico para depósitos.
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Talvez seja ignorância minha por não conseguir assimilar esse “novo” evangelho, mas, eu não percebo nenhuma semelhança, com o evangelho de Cristo que me ensinaram nas manhãs de domingo na Escola Dominical. Ensinaram-me sobre um Jesus que lutou pelos podres, pelas viúvas, crianças, mulheres, e todo aquele estivesse à margem do caminho.
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Jesus foi aquele que falou ao jovem rico para largar tudo o tinha para segui-lo, - Disse-lhe Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me”. (Mt. 19.21) –, e agora vejo pessoas pregando o contrário?Por onde andam aquelas pessoas que largavam tudo o que tinha para seguir a Cristo?
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Por onde andam as pessoas que acreditavam em Suas palavras: “quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á”.(Mt.10.38-39)
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Ninguém quer perder nada, pelo contrário, querem ganhar mais e mais. É estranho falar de um Jesus, que como forma de benção e vida abundante, ‘dá’ uma conta bancária farta e/ou um 'ungido' carro do ano, sendo que, Jesus durante seu ministério se fez presente na “casa dos podres e oprimidos”, conhecida como Betânia.
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Existe até uma Bíblia que nega tudo o que Cristo pregou, pois em um dos seus comentários diz que a pobreza é conseqüência e marca do pecado, ora, Jesus por acaso era rico? Jesus tinha posses ou fazia parte da elite do seu tempo ou morava em palácio? Agora só faltam dizer que meu Jesus nasceu em berço de ouro!
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“A pobreza é escravidão. Ela barra as pessoas de possuírem aquilo que necessitam, a pobreza leva a depressão e ao medo, não é da vontade de Deus que você viva na escravidão da pobreza, ordem de Deus acabar com a escravidão das dívidas e da pobreza no meio do seu povo. É chegado o momento da liberação de uma unção financeira especial, que quebrará a escassez e o capacitará a colher com abundancia”. (Bíblia Batalha Espiritual e Vitória financeira, editora Gospel)
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E pensar que tem gente exigindo prosperidade por serem ‘filhos do Rei’, ou se achar no direito de se intitularem donos do mundo, se julgando filhos do Dono do mundo. Esquecem que Deus envio seu filho amado a este mundo, sendo podre, filho de carpinteiro e dona de casa, e que recém nascido seu primeiro leito fora um coxo para animais, e os reis magos foram visitá-lo num curral.
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Em seu texto “O que um cristão precisa saber sobre a teologia da prosperidade”, o professor Cláudio Ribeiro escreve que o princípio para a compreensão desta teologia, é necessário conhecer algumas ‘visões’ religiosas como: “a ‘Confissão Positiva’ (não-aceitação da fragilidade humana), o ‘Rhema’ (poder direto de Deus concedido pessoalmente aos crentes), a ‘Batalha Espiritual’ (deslocamento religioso para explicação dos projetos históricos) e a ‘Vida na Benção’ ou ‘na Graça’ (transferência da escatologia para a vida terrena)”.
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A partir do texto, é possível perceber que o neoliberalismo ao ‘seduzir os pobres’ conseguiu mudar o templo sagrado, antes usado para cultuar o Deus da vida, de lugar. Hoje o shopping center é a verdadeira catedral, onde as pessoas cultuam o objeto de desejo, que por muitas vezes não são possíveis adquiri-las, e as vitrines se tornam o altar onde seus ‘fiéis’ fazem as suas preces.
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A teologia da prosperidade pode até não afirmar que o capitalismo é o Reino de Deus, mas, a todo instante tenta comprar o seu lugar no céu. E no meio disso tudo, Deus mudou de posição, passou de Senhor soberano da história para ‘empregadinho’, pois os que almejam prosperidade determinam para Deus, que a vontade deles, seja feita. Dessa forma o “discípulo” passa da condição de ‘fiel’ a Deus, para, credor de Deus.
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Cito Arioval Ramos em sua palestra no CBE (Congresso Brasileiro de Evangelização), quando mencionou uma pregação que ouviu, onde o pregador dizia: - Nós devemos ser como o filho pródigo, chegarmos até Deus e [gritar], dá-me o que é meu! Pelo visto os valores estão invertidos.
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Para Ricardo Gondim, em uma palestra ministrada no Encontro Nacional de Pastores da Igreja Metodista, em abril de 2008, hoje quem regula as atividades da Igreja é o mercado, de acordo com a ideologia do capitalismo neoliberal.
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Por fim, acredito na Teologia do Amor, o dom supremo e o maior de todos os mandamentos, procuro amar a Deus sobre todas as coisas e amar aqueles que estão a minha volta, pois estes rostos são o rosto de Deus. E fico atento ao que disse Jesus:
“Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. (Mt.25.34-40)

24 janeiro 2008

DEFICIÊNCIAS...


"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.


"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.


"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.


"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.


"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.


"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.


"Diabético" é quem não consegue ser doce.


"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:


"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.


"A amizade é um amor que nunca morre."


Mario Quintana

Viver não dói!


Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Por que sofremos tanto por amor?


O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê?


Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.


Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.


Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.


Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!


A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade..


A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.


(Carlos Drummond de Andrade)

17 janeiro 2008

Hora da Limpeza...


A FAXINA

Estava precisando fazer uma faxina em mim...
Jogar alguns pensamentos indesejados fora,
lavar alguns tesouros que andavam meio que enferrujados...

Então tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais!
Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões...
Papéis de presentes que nunca usei, sorrisos que nunca dei;
joguei fora a raiva e o rancor das flores murchas que estavam dentro de um livro que nunca li.

Olhei para meus sorrisos futuros e minhas alegrias pretendidas,
e as coloquei num cantinho, bem arrumadinhas.

Fiquei sem paciência!

Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão:
Paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca queria ter dito,
mágoas de um amigo, lembranças de um dia triste...

Mas, lá também, havia outras coisas... e belas!!!

Um passarinho cantando na minha janela...
Fui me encantando e me distraindo, olhando para cada uma daquelas lembranças...
Aquela lua cor de prata, o pôr do sol...

Sentei no chão para poder fazer minhas escolhas...

Joguei direto no saco de lixo os restos de um amor que me magoou.
Peguei palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima, pois quase não as uso, e também joguei fora no mesmo instante!
Outras coisas que ainda me magoam, coloquei num canto para depois ver o que farei com elas; se as esqueço lá mesmo ou se as envio para o lixão.

Aí fui naquele cantinho, naquela gaveta que a gente guarda tudo o que é mais importante:
O amor, a alegria, os sorrisos, um dedinho de fé para os momentos que mais precisamos...

Como foi bom relembrar tudo aquilo!!!

Recolhi com carinho o amor encontrado, dobrei direitinho os desejos, coloquei perfume na esperança, passei um paninho na prateleira das minhas metas, deixei-as à mostra, para não perdê-las de vista.

Coloquei nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância,
na gaveta de cima as da minha juventude e
pendurado bem à minha frente, coloquei a minha capacidade de AMAR...

E principalmente de RECOMEÇAR!!!
(Autor desconhecido)

Valores...

O Tempo...

Não às Armas!

Vamos Tentar?!


RECOMEÇAR
Não importa onde você parou, em que momento da vida você cansou,o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo. E renovar as esperanças na vidae o mais importante: acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado.Chorou muito? Foi limpeza da alma.Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.Sentiu-se só por diversas vezes? E por que fechaste a porta até para os outros.Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora.
Pois é agora é hora de iniciar, de pensar na luz,de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Olha quanto desafio. Quanta coisa nova nesse mundãode meu Deus te esperando. Está se sentindo sozinho ? Besteira!Tem tanta gente que você afastou com o seu “período de isolamento”,tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para “chegar” perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza nem nós mesmos nos suportamos.Ficamos horríveis. O mau humor vai comendo nosso fígado,até a boca ficar amarga.
Recomeçar! Hoje é um bom dia para começar novos desafios.Onde você quer chegar? Ir alto. Sonhe alto, queira o melhor do melhor,queira coisas boas para a vida. Pensamentos assim trazem para nósaquilo que desejamos. Se pensarmos pequeno, coisas pequenas teremos.Já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor,o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da Faxina Mental. Joga fora tudo que te prende ao passado,ao mundinho de coisas tristes, toda aquela tranqueira que guardamosquando nos julgamos apaixonados. Jogue tudo fora. Mas, principalmente,esvazie seu coração. Fique pronto para a vida, para um novo amor.Lembre-se somos apaixonáveis, somos sempre capazes de amarmuitas e muitas vezes. Afinal de contas, somos o Amor.
“Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.”

Carlos Drumond de Andrade

Como Águia!


Renovação - Quem não precisa dela?

A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos. Mas para chegar a essa idade, ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.

Aos 40 anos ela está com:As unhas compridas e flexíveis, não conseguem mais agarrarem as suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva apontando contra o peito. As asas estão envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil!Então a águia só tem duas alternativas:Morrer,Ou enfrentar um doloroso processo de renovação que irá durar 150 dias.

Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começarem a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses sai para o famoso vôo de renovação e para viver então mais 30 anos.

"E em nossas vidas, a renovação não é tão diferente... Reflita como você está:

As suas unhas não estão compridas demais, ou seja, não se julga suficientemente capaz de realizar algo e que na verdade precisa de uma reciclagem? Às vezes, está correndo pra lá e pra cá sem conseguir "agarrar" o seu próprio objetivo.

Falta-lhe algo...E o bico? Ora poderá ser representado pela sua incapacidade de tolerância e rápido demais para responder e até mesmo "machucar" outras pessoas...

As asas são suas próprias forças, que não mais vislumbra a motivação de estar trabalhando, lutando, compartilhando e buscando grandes metas. Acabam lhe impedindo de continuar a viver, mesmo sem perceber!

O que prefere? Deixar morrer sua força e esperar que o tempo responda o que fazer e o vento o leve para algum lugar? Ou buscar renovação interna e reestruturar sua vida? E, não pense que se renovar será tão fácil e diferente do processo de uma águia. É duro, temos de admitir muitas das nossas fraquezas, até mesmo para outras pessoas. É necessário arrancarmos também a soberania e o superego que tanto atrapalha nesta fase.

Assim, partimos para a reciclagem de idéias, e até mesmo de posturas. Às vezes, são pequenas coisas que estão atrapalhando a renovação como se desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor. Inove, aceite novas idéias...

Desprenda do peso do passado, esqueça pequenos ou grandes deslizes e aproveite o resultado maravilhoso que uma renovação sempre traz.

"O progresso é impossível sem que haja mudanças, e aqueles que não podem mudar a sua mente, nada mais poderão mudar." George Bernard Shaw

Cruz Pesada...


Deus, é muito pesado... Por favor reduza um pouco para mim...





Deus, por favor corte mais um pedaço, Assim eu poderei levar melhor.



Deus, obrigado por isso...



Usaremos isto como uma ponte para atravessar

Ahh! é muito curto eu não vou conseguir atravessar...


Qualquer que seja a sua cruz,
qualquer que seja a sua dor,
sempre haverá o Sol
depois da chuva...
Talvez você pode tropeçar,
e até mesmo cair,
mas Deus sempre está pronto
para atender a sua chamada...
Ele conhece todas as suas preocupações,
vê todas as suas lágrimas.
Uma palavra dos lábios Dele,
pode acalmar o seu coração...
Suas tristezas podem prolongar por toda a noite,
mas de repente desaparece,
na luz do amanhecer...
O Salvador está te esperando,
para lhe dar a Sua graça,
e lhe enviar o Seu amor...
Qualquer que seja a sua cruz,
qualquer que seja a sua dor,
" Deus sempre enviará o arco-íris...
depois da chuva..."
(Autor desconhecido)
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. (Romanos 5.1-5)

01 janeiro 2008

FELIZ ANO-NOVO


Feliz Ano-novo aos que cultivam a criança que os habitam, brincam de escorregador no arco-íris, cortam a lua em fatia de queijo e passeiam de roda-gigante no sol, porque sabem que a vida é breve e os apegos fastidiosos.
Feliz Ano-novo aos desempalhadores de pássaros, pois crêem no milagre da ressurreição e desdenham os sinais de morte, convencidos de que o amor supera a dor e a vida extrapola o conceito.
Feliz Ano-novo aos que fazem da solidão abrigo, fonte de exercício de vôo, conhecem o valor de cada palavra e a importância do recuo para agilizar o salto, convencidos de que é preciso aprender a fechar os olhos para ver melhor.
Feliz Ano-novo a quem cultiva paradoxos e já não guarda nenhuma certeza, apenas fé, e jamais eleva a voz para impor a sua razão, nem considera o senhor de todas as verdades, traz na alma as lições dos sofrimentos e contempla o semelhante como mistério e com paixão.
Feliz Ano-novo ao homem que, todo fim de tarde, acende as luzes da cidade, cuidando para não apagar as sombras e nem permitir que os ruídos do dia invadam a noite, provocando a desatenção das corujas.
Feliz Ano-novo aos colecionadores de memórias, que não deixam o tempo apagar-se, reinventam o passado disfarçado de futuro, recolhem em fotos e pinturas a paisagem que já não existe, reativam a lembrança dos velhos, e não admitem que a nostalgia camufle o sangue que adubou esperanças.
Feliz Ano-novo a quem sonega a palavra carregada de mágoa, cala ofensas e não se compraz da desgraça alheia, esvazia o coração de todo orgulho, jamais imprime arrogância à voz e se curva solitário a quem padece dessas pequenas desavenças humanas que inflam como grandes problemas.
Feliz Ano-novo aos que alumiam de indagações os passos da vida afora, e conservam as suas respostas no jardim onde plantam utopias, nunca desdenham o saber do pobre, o rumo do vento e as manhãs de domingo, confiantes de que a existência é o pingo de chuva que, ofertado entre trovões e relâmpagos, logo se esvai aquecido pelo sol.
Feliz Ano-novo a quem aplaude, de cima das mangueiras, os profetas que entram na cidade disfarçados de mendigos e proferem sentenças contrárias à lógica da guerra, anulando todos os argumentos do desamor e desvelando o rosto cínico de quem faz do poder um pódio de seu irrefreável narcisismo.
Feliz Ano-novo às borboletas que colorem os céus de nossos sonhos, a às tartarugas que vencem, desapressadas, a corrida do tempo, e aos peixes que jamais tiveram a curiosidade de conhecer a superfície das águas, e às mulas que, no fundo das minas, arrastam cegas o que enche de cobiça os olhos humanos.
Feliz Ano-novo a quem jamais renegou a sua família e não faz de sangue a tinta que registra sentimentos contabilizados. Antes, transubstancia em amor os vínculos de parentesco, em pão e vinho a comida à mesa, em festa o afeto indelével que tece, em fio invisível, a cumplicidade da tribo.
Feliz Ano-novo às mãos da culinária cotidiana, o cheiro do café aromatizando a aurora, a pele do leite despida em nata, o feijão catado como contas de um rosário, o arroz refogado na ternura e a calda açucarada da sobremesa farta em suspiros.
Feliz Ano-novo aos que ousam mergulhar na fonte que trazem dentro de si e deixam-se tragar pelo Inefável, transmutados no ser que de fato são.


(TEXTO ESCRITO POR FREI BETO – JORNAL “ESTADO DE MINAS”, 1° DE JANEIRO DE 2004)