Já algum tempo tenho escutado falar sobre essa tal Teologia e não entendo. O que percebo é uma supervalorização dos bens de consumos como mostra da fidelidade de Deus, e que as igrejas têm funcionado mais como um banco de investimento em ações de baixo risco (chamadas de benção na igreja) e de retorno em curto prazo, onde o gazofilácio é como um caixa eletrônico para depósitos.
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Talvez seja ignorância minha por não conseguir assimilar esse “novo” evangelho, mas, eu não percebo nenhuma semelhança, com o evangelho de Cristo que me ensinaram nas manhãs de domingo na Escola Dominical. Ensinaram-me sobre um Jesus que lutou pelos podres, pelas viúvas, crianças, mulheres, e todo aquele estivesse à margem do caminho.
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Jesus foi aquele que falou ao jovem rico para largar tudo o tinha para segui-lo, - Disse-lhe Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me”. (Mt. 19.21) –, e agora vejo pessoas pregando o contrário?Por onde andam aquelas pessoas que largavam tudo o que tinha para seguir a Cristo?
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Por onde andam as pessoas que acreditavam em Suas palavras: “quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á”.(Mt.10.38-39)
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Ninguém quer perder nada, pelo contrário, querem ganhar mais e mais. É estranho falar de um Jesus, que como forma de benção e vida abundante, ‘dá’ uma conta bancária farta e/ou um 'ungido' carro do ano, sendo que, Jesus durante seu ministério se fez presente na “casa dos podres e oprimidos”, conhecida como Betânia.
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Existe até uma Bíblia que nega tudo o que Cristo pregou, pois em um dos seus comentários diz que a pobreza é conseqüência e marca do pecado, ora, Jesus por acaso era rico? Jesus tinha posses ou fazia parte da elite do seu tempo ou morava em palácio? Agora só faltam dizer que meu Jesus nasceu em berço de ouro!
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“A pobreza é escravidão. Ela barra as pessoas de possuírem aquilo que necessitam, a pobreza leva a depressão e ao medo, não é da vontade de Deus que você viva na escravidão da pobreza, ordem de Deus acabar com a escravidão das dívidas e da pobreza no meio do seu povo. É chegado o momento da liberação de uma unção financeira especial, que quebrará a escassez e o capacitará a colher com abundancia”. (Bíblia Batalha Espiritual e Vitória financeira, editora Gospel)
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E pensar que tem gente exigindo prosperidade por serem ‘filhos do Rei’, ou se achar no direito de se intitularem donos do mundo, se julgando filhos do Dono do mundo. Esquecem que Deus envio seu filho amado a este mundo, sendo podre, filho de carpinteiro e dona de casa, e que recém nascido seu primeiro leito fora um coxo para animais, e os reis magos foram visitá-lo num curral.
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Em seu texto “O que um cristão precisa saber sobre a teologia da prosperidade”, o professor Cláudio Ribeiro escreve que o princípio para a compreensão desta teologia, é necessário conhecer algumas ‘visões’ religiosas como: “a ‘Confissão Positiva’ (não-aceitação da fragilidade humana), o ‘Rhema’ (poder direto de Deus concedido pessoalmente aos crentes), a ‘Batalha Espiritual’ (deslocamento religioso para explicação dos projetos históricos) e a ‘Vida na Benção’ ou ‘na Graça’ (transferência da escatologia para a vida terrena)”.
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A partir do texto, é possível perceber que o neoliberalismo ao ‘seduzir os pobres’ conseguiu mudar o templo sagrado, antes usado para cultuar o Deus da vida, de lugar. Hoje o shopping center é a verdadeira catedral, onde as pessoas cultuam o objeto de desejo, que por muitas vezes não são possíveis adquiri-las, e as vitrines se tornam o altar onde seus ‘fiéis’ fazem as suas preces.
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A teologia da prosperidade pode até não afirmar que o capitalismo é o Reino de Deus, mas, a todo instante tenta comprar o seu lugar no céu. E no meio disso tudo, Deus mudou de posição, passou de Senhor soberano da história para ‘empregadinho’, pois os que almejam prosperidade determinam para Deus, que a vontade deles, seja feita. Dessa forma o “discípulo” passa da condição de ‘fiel’ a Deus, para, credor de Deus.
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Cito Arioval Ramos em sua palestra no CBE (Congresso Brasileiro de Evangelização), quando mencionou uma pregação que ouviu, onde o pregador dizia: - Nós devemos ser como o filho pródigo, chegarmos até Deus e [gritar], dá-me o que é meu! Pelo visto os valores estão invertidos.
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Para Ricardo Gondim, em uma palestra ministrada no Encontro Nacional de Pastores da Igreja Metodista, em abril de 2008, hoje quem regula as atividades da Igreja é o mercado, de acordo com a ideologia do capitalismo neoliberal.
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Por fim, acredito na Teologia do Amor, o dom supremo e o maior de todos os mandamentos, procuro amar a Deus sobre todas as coisas e amar aqueles que estão a minha volta, pois estes rostos são o rosto de Deus. E fico atento ao que disse Jesus:
“Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. (Mt.25.34-40)
Um comentário:
necessario verificar:)
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